Dia do servidor: aposentadoria é tema de palestra comemorativa

A aposentadoria foi o tema da palestra que iniciou, hoje (22/10), a programação comemorativa do Dia do Servidor. Cerca de 40 servidores estavam atentos às dicas da psicóloga e psicanalista Sílvia Gusmão. A palestrante disse que o crescimento do número de idosos indica o desenvolvimento de uma nação e a melhoria da qualidade de vida, mas que isso implica em demandas de políticas públicas e iniciativas condizentes com as necessidades dos mais velhos. Sílvia Gusmão citou o exemplo do município de Joinvile, em Santa Catarina, que já está se organizando para oferecer serviços aos idosos que moram sós, como a teleassistência, que presta socorro em caso de emergência.

“Até 2050, a tendência é que o quantitativo de pessoas com mais de 60 anos triplique no mundo. Alguns impactos poderão ser sentidos na economia, principalmente em relação ao consumo, que vai aumentar, pois os grandes consumidores têm mais de 50 anos”, enfatizou Sílvia. A palestrante disse, ainda, que, com o envelhecimento da população, o estímulo ao exercício físico deverá ser intensificado. “Com a prática de exercícios físicos, as chances de envelhecer com qualidade de vida aumentam em sete vezes”, acrescentou. A palestra contou com a interação de servidoras da ativa e aposentadas do TRF5. Quem já se aposentou falou da perda financeira com a aposentadoria, mas também falou dos ganhos, a exemplo da disponibilidade de tempo e da liberdade. É o caso de Marlene Vieira e Auxiliadora França. Ambas deram um novo rumo após a aposentadoria e continuam trabalhando.

Entre as que já se preocupam com o planejamento da aposentadoria, a diretora da Secretaria Administrativa, Soraria Caio, e a servidora Isolda Bruel (Subsecretaria de Recursos). Isolda pretende dar mais atenção aos netos que moram fora do país. Já Sorária tem planos mais pessoais, pois pretende viajar mais e ‘viver o agora’. “Pretendo chegar à aposentadoria com saúde para desfrutar da vida”, afirmou Sorária.

Para Sílvia Gusmão, entre os ganhos com a aposentadoria, liberdade de tempo, maior acesso aos bens de consumo, a construção de novos laços afetivos, perspectivas de fazer novos projetos pessoais e profissionais, inclusive os que sempre foram desejados e não foram possíveis fazer. Entre os pontos negativos, a psicóloga apontou a perda do lugar no sistema produtivo e o poder adquirido na carreira, além da perda do vínculo com os colegas, rotina e comportamentos habituais.

A psicóloga disse, ainda, que o confronto com as consequências de suas escolhas, o envelhecimento e a proximidade da morte estão entre as perdas que chegam com a aposentadoria. Ela afirmou que estudos mostram a alta incidência de pessoas que se separam, adoecem ou morrem quando se aposentam. “Alguns aposentados perdem-se na administração do tempo e na realização de atividades esporádicas, apegados à ilusão das horas livres. Pela falta de projetos, são frequentemente convocados a ficar no lugar de coringa”, disse.

Para a Slvia, envelhecer é uma nova fase que possui suas particularidades, diferente de acreditar que tudo acabou. “O importante é manter o desejo por novas descobertas e realizações. É fundamental se planejar, fazer projetos futuros e torná-los concretos”, ressaltou. Sílvia citou entre as possibilidades, projetos voluntários, mudança de emprego ou de rumo, novos cursos, prestação de consultoria e ter o próprio negócio. “Seja qual for, é preciso analisar antes, buscar informações, avaliar o que deseja fazer e planejar”, concluiu.